O esporte e a inteligência artificial

É sempre interessante observar como os projetos inscritos na CT abrangem áreas variadas e diversificadas. Hoje, destacamos um tema cada vez mais relevante e que pode agregar muito aos projetos: o uso da inteligência artificial (IA) no universo dos esportes. Esse assunto é bastante amplo, englobando desde a otimização do desempenho até a prevenção de lesões. Portanto, aqui focaremos no uso da IA na formação e desempenho de equipes esportivas.

Não é de hoje que a aplicação da IA vem transformando a maneira como os esportes são jogados, assistidos e comercializados. Um artigo publicado na Forbes sobre o tema mencionou a Major League Baseball (MLB) como a primeira liga norte-americana a utilizar análise de dados como fator decisivo na contratação de jogadores e técnicos para suas equipes. O ‘big data’ (campo do conhecimento que estuda como tratar, analisar e obter informações a partir de grandes volumes de dados), a análise de dados e a inteligência artificial estão prevalecendo no futebol americano, basquete e hóquei, mudando para sempre o cenário dos esportes.

A introdução dessa tecnologia e dos dados na cena esportiva profissional começou realmente em 2002, com a equipe de baseball Oakland Athletics. O gerente geral Billy Beane e seu assistente Paul DePodesta foram os pioneiros do ‘sabermetrics’, a análise empírica do beisebol, especialmente as estatísticas que medem a atividade no jogo (aliás, fica aqui a ‘dica cultural CT’ de um filme que narra muito bem essa história: “O homem que mudou o jogo”). Esses novos modelos analíticos remodelaram a forma como as equipes avaliam os jogadores e criam estratégias para contratá-los. Para apoiar esses esforços, as equipes modificaram suas estruturas de olheiros e passaram a contar com cientistas de dados, que se dedicam a coletar cada fragmento de informação para obter qualquer tipo de vantagem, chegando ao ponto de identificar onde passar a bola no basquete contra um adversário. Em essência, a cultura esportiva passou de decisões baseadas em instinto para decisões fundamentadas em dados. Ainda segundo a Forbes, até a ‘química’ da equipe está passando por uma reforma tecnológica. Com a IA avaliando as habilidades e personalidades dos jogadores, os times podem gerar modelos para prever como diferentes combinações de jogadores podem ou não funcionar. Será que se esse recurso tivesse sido usado na Copa de 1994, a IA conseguiria chegar a conclusão do quanto a dupla ‘Romário e Bebeto’ foi perfeita?

De acordo com estudos de mercado da Grand View Research (divulgado pela CNN Esportes em março de 2024), o uso de tecnologia inteligente no esporte continua a se expandir, incluindo ferramentas de comentários de IA e tecnologia wearable (como relógios, pulseiras e óculos inteligentes) para atletas de elite. O mercado global de análise esportiva, avaliado em 2,7 bilhões de dólares em 2023, deve crescer 22% até o final da década.

Veremos o que o futuro reserva.

Texto adaptado da Forbes.

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