Jogos paralímpicos
1948: no coração da Inglaterra, Ludwig Guttman, um médico visionário, reuniu um grupo de veteranos da Segunda Guerra, homens que retornaram com lesões na medula espinhal e encontraram uma nova razão para lutar, não mais no campo de batalha, mas no campo do esporte. O espírito olímpico, de uma forma renovada e inclusiva, começava ali.
Quatro anos se passaram e a Holanda se juntou à iniciativa. Em 1960, Roma viu nascer os primeiros jogos em estilo olímpico para atletas deficientes. Um marco histórico, com a participação de 400 atletas.
No Brasil, ao final da década de 1950, o país começou a trilhar seu caminho no esporte paralímpico, mas foi somente em 1972 que os atletas brasileiros participaram dos jogos pela primeira vez. Quatro anos depois (1976) a tão sonhada medalha chegou. Atualmente, o Brasil é considerado uma potência paralímpica.
Hoje há 22 modalidades na competição, sendo que elas adotam um sistema de classificação funcional. Por exemplo, um corredor com deficiência visual não competirá contra alguém com paralisia cerebral, mas uma pessoa com paralisia cerebral poderá competir com alguém que tenha problemas de crescimento. O objetivo é classificar os atletas em diferentes graus de deficiência para tornar as competições o mais justas possível.
Interessante notar que muitos dos melhores atletas paralímpicos desafiam o estereótipo de idade, revelando campeões que às vezes ultrapassam os 70 anos. Uma das razões é que esses atletas podem alcançar o auge do desempenho no esporte escolhido mais tarde do que os atletas sem deficiência.
A tocha acesa por Ludwig Guttman segue iluminando o caminho para milhões de atletas que, em suas jornadas, mostram ao mundo que a verdadeira grandeza está em superar não apenas os outros, mas a si mesmo.