O ESPORTE NO COMBATE À VIOLÊNCIA
Algo que reforçamos logo no início do curso da rede CT – Capacitação e Transformação – é o quanto o esporte é uma poderosa ferramenta de inclusão social, e quando se fala em inclusão, também entramos no âmbito do combate à violência. Por meio do esporte, as crianças fortalecem laços afetivos, aprendem a lidar com as derrotas (que também fazem parte da vida de todo ser humano) e a agir de forma adequada nas vitórias. Além disso, o esporte ensina a importância de respeitar regras e a necessidade de dedicação para alcançar objetivos.
Políticas públicas voltadas ao esporte são essenciais para construirmos uma sociedade mais empática e respeitosa, além de contribuírem para a prevenção primária da violência. Essa prevenção envolve a ocupação de espaços públicos com atividades esportivas, lazer e cultura.
A utilização de atividades esportivas como políticas públicas para atender crianças e adolescentes em áreas de vulnerabilidade social é crucial para evitar que muitos jovens sejam atraídos pelo crime. Segundo a Unesco, em locais com programas de apoio ao esporte para crianças e adolescentes, há uma redução anual de 30% na criminalidade.
Sobre isso, Saimon Juiz Avelino – Coordenador de Tecnologia da rede CT e colaborador do Futebol de Rua desde os princípios da história do instituto – concedeu uma breve entrevista para a nossa newsletter.
Para Saimon, há uma relação entre o combate à violência e o conhecimento de si mesmo. “O autoconhecimento implica também em perceber o que pode despertar a ira, a raiva, a agressão. Em esportes de combate físico, as situações onde nos deparamos com a raiva podem ser mais constantes, mas mesmo no xadrez há um sentimento de ‘perder ou ganhar’ que evidentemente faz com que os envolvidos tenham que lidar com as emoções. São essas emoções que, quando não combinadas com o autoconhecimento, podem levar à violência física ou verbal. É preciso aceitar as perdas, os ganhos e tudo o que compõe o esporte”.
O Coordenador de Tecnologia da CT também lembra que em qualquer esporte de rendimento, em qualquer modalidade, o intuito é a vitória. Com isso, a autocobrança por resultados é muito intensa, mas mesmo nos esportes recreativos há competição e a necessidade de lidar com vitórias e derrotas.
Sobre a inclusão social que o esporte proporciona, Saimon conta que ela pode ser muito ampla. “Há lugares com pouco acesso ao esporte, lugares que lidam com esportes onde não há grande necessidade de investimento em materiais e estrutura, e desse modo a inclusão pode se encontrar diminuída, uma vez que nem todas as pessoas gostam das mesmas práticas esportivas. Lembrando que uma inclusão verdadeiramente abrangente considera a adaptação do esporte para as diferentes necessidades das pessoas”, conclui.