O esporte e a sustentabilidade
A relação entre esporte e meio ambiente é fundamental na discussão sobre sustentabilidade e práticas ambientais responsáveis. Determinados esportes dependem de ecossistemas saudáveis, como os esportes ao ar livre, ciclismo, corrida, montanhismo, esportes aquáticos, entre outros. Além disso, o esporte pode ser uma poderosa ferramenta para promover a conscientização ambiental. Muitas organizações e atletas estão usando sua influência para destacar a importância da sustentabilidade. Nikola Karabatic, por exemplo, tricampeão Olímpico e considerado por muitos o melhor jogador de handebol da história, apoia causas ambientais e pressiona seus colegas a mudarem seus hábitos em termos de uso de garrafas de água e plásticos.
Mais um ponto que trazemos para reflexão: grandes eventos esportivos (recentemente tivemos as Olimpíadas na França) acarretam em um impacto ambiental significativo. Quando bem planejados, no entanto, podem deixar um legado ambiental positivo, como uma infraestrutura sustentável e eventos educacionais que incentivem boas práticas.
Algumas das OSCs selecionadas pela rede CT têm uma relação direta com a questão ambiental. Escolhemos algumas para exemplificar aqui com um ponto em comum entre elas: o aspecto também histórico de pertencer aos povos originários.
A Associação dos Povos Indígenas dos Rios Trombetas Mapuera Apitma foi criada para apoiar os indígenas das calhas dos rios Trombetas e Mapuera. Eles trabalham também com modalidades esportivas antigas, como cabo de guerra, arco e flecha, no esforço de preservar a história e mesclar o esporte e a cultura. Desde a sua fundação, a OSC vem acompanhando as políticas governamentais e atuado nas discussões da demarcação de terras indígenas, território ameaçado por diversos empreendimentos predatórios, como a mineração, pesca esportiva, plano de madeireiras, além de grandes empreendimentos como a mineradoras e construção de barragens e hidrelétricas.
A Associação Indígena Karapanã nasceu para defender os Direitos e legítimos interesses da aldeia e seus associados indígenas. A OSC esteve presente e atuante no processo de implementação de energia elétrica na Comunidade Nova Canaã, no rio Cuieiras. Também participou do processo de delimitação do Parque Estadual do Rio Negro (Parest) – Setor Sul. Mediou conflitos de terra na Vila Santa Maria, no Tarumã-açu, Aldeia Yupirungá, e no bairro Parque das Tribos, ambos em Manaus. Participou da mediação de implementação de políticas públicas indígenas juntamente ao Ministério Público Federal (MPF-AM) e participou ativamente da construção do Espaço de Estudo da Língua Materna e Conhecimentos Tradicionais Indígenas Wakenai Anumarehit.
A Associação Indígena do Brejão apoia a agricultura familiar e a preservação da cultura. Atualmente, a OSC está com dois projetos em andamento na área de apicultura – arte de criar abelhas – e artesanatos dentro da própria comunidade.
Futuramente, podemos citar outras das organizações que hoje enriquecem o time da CT com sua luta em prol da sustentabilidade. É uma honra ter essas OSCs como companheiras!
A rede CT democratiza o acesso ao conhecimento para que organizações das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil sejam empoderadas pela Lei de Incentivo ao Esporte. Em 2025, aliás, a região Norte sediará a COP30, evento de grande importância para a preservação ambiental e para o desenvolvimento da região (em breve postaremos algo sobre o assunto).
É nosso desejo que os projetos transformem vidas e (sempre!) olhem para o meio-ambiente.